Dia Mundial da Educação Ambiental: Como aproveitar este dia para contribuir para um Turismo mais Sustentável?

No dia em que publicamos este artigo – 26 de Janeiro – celebra-se o Dia Mundial da Educação Ambiental. Neste dia, mais do que sinalizar esta data junto da nossa comunidade e clientes e refletir sobre as oportunidades decorrentes deste tema para o desenvolvimento sustentável do setor do turismo, queremos sobretudo lançar-vos o desafio para nos acompanharem na participação em ações de educação ambiental subordinadas a diferentes temáticas, tão importantes para a vida humana no geral, e para o turismo em particular, como a eficiência hídrica e energética, a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade, a reflorestação, o recurso às energias renováveis alternativas, a reciclagem e o tratamento dos resíduos, a economia circular, a mobilidade suave, entre outras. Querem acompanhar-nos?

A origem do “Dia Mundial de Educação Ambiental” remonta à década de 60, fruto da crescente preocupação com os impactos negativos no meio ambiente, associados aos modelos de desenvolvimento assentes na hiperprodução e no crescimento económico que à época se começava a sentir, sobretudo nos países mais industrializados. A data foi escolhida durante a Conferência Internacional de Educação Ambiental, realizada em Belgrado, na antiga Jugoslávia, em 1975. Esta iniciativa teve como objetivo consciencializar os cidadãos e as empresas para os impactos da poluição e da degradação ambiental das paisagens, para a perda da biodiversidade e extinção de espécies animais e, ainda, para os desastres ambientais de grandes dimensões que ocorreram em vários pontos do globo ao longo do século XX.

Desde então, as ‘emergências’ ambientais e climáticas não pararam de aumentar e, consequentemente, os temas e as problemáticas foram também alargando. Hoje, os objetivos proclamados para este dia englobam a necessidade de trabalhar ativamente, e de forma coletiva, em cada comunidade, na construção de uma sociedade mais sustentável e solidária, através da mudança de mentalidades e de hábitos, alertando para várias preocupações que impactam o ambiente, como por exemplo o consumismo exacerbado, o uso intensivo de agentes químicos e materiais nocivos ao ambiente e à saúde humana, a crescente necessidade de gerir a utilização dos recursos naturais como a água potável, a utilização alargada dos combustíveis fósseis e o seu impacto no aquecimento global e na qualidade do ar, os fogos florestais de grande proporções, ou o decréscimo acelerado das áreas verdes e dos sumidouros para a captura do carbono mesmo ‘à nossa porta’, entre outros.

Em Portugal, a Agência Portuguesa do Ambiente, em articulação com a Direção-Geral da Educação, lançou em 2017 a ‘Estratégia Nacional de Educação Ambiental’ (ENEA2020). Esta estratégia, dirigida sobretudo às crianças e jovens em idade escolar, mas também a toda a sociedade (cidadãos, organizações e empresas), assentou em três eixos de atuação e abordou diversas temáticas: 1. descarbonizar a sociedade (clima; eficiência energética; mobilidade sustentável); 2. tornar a economia mais circular (desmaterialização, economia colaborativa e consumo sustentável; conceção de produtos e uso eficiente de recursos; valorização de resíduos); e 3. valorizar o território (ordenamento do território; mar e litoral; água; valores naturais; paisagem; ar e ruído).

No turismo, que é entendido como uma importante atividade económica em Portugal, os temas relacionados com o ambiente assumem grande importância. O território e a sua qualidade ambiental são ativos preciosos para o desenvolvimento e promoção de atividades e experiências turísticas distintivas de elevado valor. Por esta razão, e também porque há uma consciencialização e uma sensibilidade crescente em toda a sociedade para com as causas ambientais, é importante que os agentes do turismo sejam também eles parceiros ativos na educação ambiental, demonstrando um maior sentido de responsabilidade e compromisso com a sustentabilidade, o que se reflete na mitigação de comportamentos que impactem negativamente o ambiente.

A educação ambiental é, sem dúvida, uma excelente estratégia para levar mais conhecimento a todas as pessoas e contribuir para uma maior consciência sobre as práticas mais amigas do ambiente. No turismo, podemos utilizar esta abordagem para comprometer todos os colaboradores com os valores sustentáveis da empresa, envolver ainda mais a marca com a comunidade, ou mesmo alertar os turistas e restantes clientes para o impacto dos seus comportamentos. E, se não for por mais nada, pode-se ainda criar valor, experiencial e económico, com a programação de atividades de educação ambiental, que conectem mais os turistas à natureza e à comunidade e, desta forma, enriquecer as experiências constantes nos programas de visita a um destino.

O dia 26 de janeiro, em plena época baixa, num tempo de descanso ou de reflexão para muitos empresários do turismo, é uma excelente oportunidade para agir e realizar uma atividade em equipa. Pode ser também a oportunidade para planear as atividades que podem realizar, ao longo do ano, no âmbito da política de responsabilidade ambiental e de sustentabilidade da empresa. Existem diversas datas, reconhecidas mundialmente, para realizar ações ou experiências alinhadas com a perspetiva da educação ambiental, o que pode facilitar a adesão dos próprios visitantes.

26 Janeiro | Dia Mundial da Educação Ambiental

3 Março | Dia Mundial da Vida Selvagem*

21 Março | Dia Mundial das Florestas* / Dia Mundial da Árvore

22 Março | Dia Mundial da Água*

22 Abril | Dia Mundial da Terra*

11 Maio | Dia Mundial das Aves Migratórias*

22 Maio | Dia Internacional da Biodiversidade/ Diversidade Biológica*

5 Junho | Dia Mundial do Ambiente*

8 Junho | Dia Mundial dos Oceanos*

17 Junho | Dia Mundial de Combate à Seca e à Desertificação*

21 Setembro | Dia Internacional da Limpeza Costeira

22 Setembro | Dia Europeu Sem Carros

1 Outubro | Dia Nacional da Água

(*) dias reconhecidos e comemorados pela ONU

A educação ambiental no setor do turismo deve envolver, não só os próprios colaboradores e os clientes, mas também as comunidades locais, os parceiros de negócio, os agentes da administração pública e os restantes agentes económicos do setor, e pode ser materializada de várias formas, como por exemplo:

  • Realizar ações de sensibilização ambiental numa área natural ou protegida na área de influência operacional da empresa;
  • Iniciar ações de capacitação para os comportamentos e práticas mais eficientes na gestão da energia, da utilização/ consumo da água, e do tratamento dos resíduos sólidos;
  • Organizar ou participar em ações de voluntariado ambiental com entidades locais (pe. para a reflorestação ou desmatação de habitats sensíveis);
  • Divulgar as boas práticas da empresa em escolas;
  • Participar em iniciativas de reflexão e debate;
  • Apoiar financeiramente projetos ambientais da comunidade;
  • Implementar um programa de incentivo e/ou recompensa para os colaboradores adotarem cada vez mais a mobilidade suave nas suas deslocações para o trabalho;
  • Levar os clientes a conhecer a origem dos produtos endógenos e biológicos produzidos localmente, demonstrando os seus benefícios;
  • Aderir a um compromisso ou reconhecimento de boas práticas de sustentabilidade, como pe.: o Pacto Institucional para a Valorização da Economia Circular na Região Centro (CCDRC); o processo de certificação e de reconhecimento da ação no sentido do contributo para os ODS da Biosphere); o Programa Empresas Turismo 360º do Turismo de Portugal para o reporte da sustentabilidade ESG (Environment, Social and Governance) através da plataforma FOREST.

Não faltam bons argumentos para que a sustentabilidade e a educação ambiental sejam parte da sua estratégia operacional, a qual, a prazo, começará a produzir resultados positivos para todos os intervenientes no processo e, em fim de linha, para a valorização da própria marca. Do que está à espera?

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